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30
Nov

A FACE DESUMANA DA MAGNESITA REFRATÁRIOS CONTRA SEUS TRABALHADORES

A FACE DESUMANA DA MAGNESITA REFRATÁRIOS CONTRA SEUS TRABALHADORES

MAGNESITA LUCRA R$ 70,7 MILHÕES NOS PRIMEIROS NOVE MESES DE 2010 

A Magnesita Refratários tem sido beneficiada com a recuperação da economia e, embora ainda persistam alguns problemas pontuais em países europeus, vai se consolidando como uma  Empresa altamente lucrativa como demonstra o seu resultado do terceiro trimestre de 2010.

Segundo dados divulgados no último dia 12 de novembro, o lucro líquido acumulado de janeiro a setembro deste ano atingiu a marca dos R$ 70,7 milhões, revertendo o quadro registrado no mesmo período de 2009, quando a Empresa acumulou prejuízos de R$ 49,7 milhões.

Os números registrados no balanço trimestral da Empresa reforçam a perversidade da política de recursos humanos da GP Investimentos, que não se constrange em lançar mão de todo tipo de pressão para o aumento de lucros, massacrando o lado mais vulnerável da engrenagem: os trabalhadores.

Em seu balanço trimestral, a Magnesita informa que o volume de vendas de refratários no mercado interno teve acréscimo de 24,1% no período de julho a setembro deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2009.

De acordo com a Empresa, "o setor de aço, cuja produção mundial cresceu 5,8% no trimestre, participou com 87,9% da receita de refratários, aumentando em 3,6 pontos percentuais o nível de participação observado no mesmo período do ano anterior". Como se vê mesmo com um cenário totalmente favorável a empresa insiste em deixar os seus funcionário fora do seu foco.

NOVOS CONTRATOS PROJETAM ACELERAÇÃO DOS LUCROS
Em quanto comemora os números positivos do balanço do terceiro trimestre, a Magnesita Refratários já projeta uma aceleração nos lucros no fechamento de 2010, já que a Empresa, nos últimos quatro meses, entre julho e outubro, na esteira da retomada do crescimento das atividades econômicas fechou oito novos contratos com siderúrgicas, o que significa mais faturamento e mais lucratividade.

EMPRESA MANTÉM PROJETO DE EXPANSÃO
Tterceira maior empresa do mundo na mineração, produção e comercialização de material refratário, caminha a passos largos para ampliar sua participação no mercado e atingir a meta prevista ainda em 2009, no auge da crise econômica mundial, e passar a liderar o ranking já em 2012.

A meta parece, mas não é tão ambiciosa. Como seus produtos entram na fabricação de aço e cimento, com o mercado interno e externo em franca recuperação e expansão, naturalmente há um crescimento da demanda.

O relatório emitido pela empresa no terceiro trimestre dá uma pista do que virá pela frente: consolidação da participação no mercado e aceleração da lucratividade, principalmente se for levado em conta a projeção feita, no ano passado, pelos executivos da GP Investimentos, controladora da Empresa: "uma Carajás de magnesita inexplorada em Brumado". Portanto, matéria-prima não vai faltar.

TRABALHADORES CONTINUAM FORA DE FOCO
A Empresa vem crescendo e acelerando os lucros e sua participação no mercado, porém não valoriza seu principal patrimônio, os trabalhadores.

A Empresa só cresce e não divide o lucro com os trabalhadores, ao contrário da tendência nacional de valorização da mão de obra que mostra que as Empresas, cada vez mais, têm adotado uma política de valorização de seus funcionários, através da melhoria das condições de trabalho e da recuperação dos salários, que foram achatados durante um longo período.

A Magnesita Refratários só pensa em lucro e o trabalhador fica em segundo plano. “Os trabalhadores são diretamente responsáveis pelos excelentes resultados atingidos pela Empresa, mas continuam sendo massacrados”, desabafa Édio Pereira, vice-presidente do Sindmineradores.
Segundo a Diretoria do Sindmineradores, a Empresa mantém uma postura intransigente e totalmente dissociada da realidade. Postura refletida nas discussões da Campanha Salarial, cuja data base é outubro.

“Depois de cinco reuniões, a Empresa, sem apresentar argumentos convincentes e que pudessem no mínimo, ser analisados, apresentou uma proposta ridícula de reposição do INPC do período (4,68%) para salários até R$ 3.200,00 e uma parcela fixa de R$ 149,76 para as demais faixas salariais, que não merece sequer ser analisada pelos trabalhadores”, ressalta José Santana de Andrade, presidente do Sindmineradores.

O presidente da Entidade denunciou, ainda, o desrespeito da Empresa para um direito previsto na legislação trabalhista. De acordo com ele, a Magnesita Refratários não pagou as horas extras trabalhadas nos meses de agosto e outubro. “Tem trabalhador com até 150 horas extras para receber”, pontuou.

Para o Sindmineradores, a situação está ficando insustentável e já está sendo analisada pela área jurídica para que a Justiça do Trabalho seja notificada e adote providências. “É preciso que a Magnesita entenda que seus trabalhadores não podem ser tratados como o minério que ela retira do solo, esmaga e leva aos fornos. Suas metas de expansão precisam que seus trabalhadores sejam também levados em consideração e valorizados, vez que sem os quais seu objetivo de ser a primeira do mundo no ramo de refratários não será alcançadda”, afirma José Santana, acrescentando que, além de tudo, os trabalhadores e seus familiares não estão recebendo benefícios do Plano de Saúde Unimed, “que não funciona”, concluiu.

SINDICATO, APESAR DE TUDO, APOSTA NO ENTENDIMENTO
Os trabalhadores e o Sindmineradores estão dispostos a esgotar todas as possibilidades de chegar a um entendimento com a Magnesita Refratários. Esse posicionamento, no entanto, deve ser visto como uma resposta responsável à insensibilidade que vem sendo demonstrada pela Empresa no processo de negociação da data base.

Para tentar fechar as negociações, o Sindmineradores, com aval dos trabalhadores, apresentou uma proposta mínima e definitiva, que prevê, entre outros pontos, reajuste salarial de 8,5% (4,68$ referente ao INPC do período mais 3,65% de aumento real); ticket de R$ 100,00; pagamento das horas extras na folha de dezembro, rediscussão do valor da PRV e manutenção das conquistas.

Na próxima reunião, agendada para a próxima quinta-feira, dia 02 de dezembro, a diretoria do Sindicato espera um posicionamento da Empresa para evitar que sejam adotadas medidas já aprovadas em Assembléia pelos trabalhadores, como atrasos, paralisações relâmpagos e greve por tempo indeterminado, visando garantir o direito dos trabalhadores.

UNIDOS NA DEFESA DOS TRABALHADORES
O Sindicato dos Mineradores de Brumado e Micro Região e o Sindicato dos Refrataristas de Contagem, assim como os trabalhadores da Magnesita Refratários estão mobilizados e atuando em conjunto e sintonizados.

Este posicionamento justificou o recuo dos trabalhadores de Brumado que já haviam decidido iniciar as paralisações relâmpagos e atrasos como forma de pressionar a Empresa a rever suas estratégias equivocadas de negociação. A decisão de adiar as ações foi adotada em comum acordo com os trabalhadores e o Sindicato dos Refrataristas de Contagem que argumentaram não estar preparados para implementar as ações.

“Estamos mobilizados e unidos em Brumado e em Contagem e vamos atuar, agir e parar, se necessário, juntos”, afirma o diretor Édio Pereira.

NEGOCIAÇÕES COM A XILOLITE E CIMPOR
As negociações com a Xilolite finalmente foram abertas no dia ontem, 29/11, e apresentou  a sua primeira proposta que contempla 4,68 % de reajuste e 650,00 de abono a ser pagos em três parcelas – dezembro, janeiro e fevereiro – além da manutenção das conquistas. O Sindicato não aceitou e apresentou uma contra-proposta de 7,5% de reajuste; abono de 750,00 em duas parcelas – dezembro e janeiro –  piso salarial de R$ 560,00 e ajustes no plano de cargos e salários, dentre outros ajustes.

A Cimpor, por sua vez, cuja data-base é novembro, embora já tenha recebido a pauta de reivindicações dos trabalhadores, mantém silêncio e não sinalizou com a disposição de sentar para discutir.

O Sindmineradores e os trabalhadores continuam mobilizados e aguardam um posicionamento da Empresa.

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